terça-feira, junho 24, 2014

Cheira bem...



Está sol, céu azul e as nuvens ajudam a compor a pintura ideal de um dia de verão, em que outras cores são dadas por bandeiras de Portugal e das festas que já foram. Cheira a sardinha pela rua. E cheira bem. A calçada escorrega de tão gasta - eu que o diga. Ouvem-se vários idiomas diferentes na mesma rua, e em várias ruas diferentes. Numa esquina, um rabanada de vento atira caixas de papelão para cima dos pés de um turista de mochila, perante o olhar impávido de um tipo à porta de uma tasca que mostra estar ali como está em casa, mais copo menos copo de vinho tinto. O turista sorri perante o acaso do seu azar, de passar na hora errada, pela esquina certa, no momento da rabanada de vento certeira que atirou as caixas para os pés errados. Pega nelas, arruma-as no monte de caixas de onde saltaram, sempre com um sorriso na boca, a mesma de onde sai um sonoro "Merci!" dirigido ao tipo da tasca, que não ajudou. Distraio-me com a cena enquanto caminho. Escorrego (outra vez) na calçada. Cheira a sardinha pela rua. E cheira bem. Cheira a Lisboa.

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